Início / Um Recado ao Rafa de 10 Anos Atrás
A newsletter desta semana será diferente. Eu não vou trazer conteúdo ensinando alguma coisa sobre Infosaas, na verdade, vou trazer algumas reflexões com base em minhas experiências, principalmente sobre os erros que já cometi empreendendo pelos quais não quero cometer com o Infosaas.
Talvez esse conteúdo aqui seja mais intimista sobre mim do que sobre o Infosaas, mas dizem que por trás de um grande CNPJ existe um grande CPF. Bom, o Infosaas será algo grande sim, mas até que chegue nesse reconhecimento existe um longo caminho pela frente e essa jornada vai exigir que meu CPF esteja cada vez mais preparado para os desafios que vão surgir.
Hoje, no dia que escrevo essa newsletter, eu, Rafa, completo 32 anos de vida e dedico esta carta para o Rafa de 10 anos atrás!
Meu primeiro empreendimento (sem fins lucrativos) começou com uma diversão. Em 2010, eu e meus amigos começamos uma web rádio. Nessa época, nos encontrávamos através do Skype (após o falecimento do MSN) e tivemos a brilhante ideia de entreter nossos amigos através de uma web rádio, o objetivo? Apenas contar piadas e fazer aquela resenha entre amigos.
Como nem todos os nossos amigos poderiam estar online no skype, a web rádio era algo que todos poderiam se conectar e ouvir nossas palhaçadas. Não havíamos pensado em como monetizar isso, afinal, estávamos no auge dos nossos 18 anos e nem sabíamos o que faríamos da vida.
Por incrível que pareça, nós tínhamos todos os dias picos de 70-80 pessoas ouvindo e interagindo pelo nosso site. Nossa programação era tocar músicas da audiência, contar piadas e fazer graça com o chat. — Analisando hoje, penso que, se tivéssemos escolhido o Youtube (que estava literalmente crescendo absurdamente nessa época) provavelmente estaríamos com uma grande empresa de mídia e entretenimento atualmente.
Mas lembre-se, nossa mente era de adolescentes entrando na fase adulta, sem saber o que queriam da vida com o intuito apenas de se divertir. Claro que foi apenas uma fase e a vida seguiu!
O segundo empreendimento que eu resolvi fazer foi em 2013. Sem dinheiro nenhum para investir e apenas uma vontade incessante de ter o meu próprio negócio, decidi que criaria uma loja de roupas evangélicas, mas só tinha um problema: Eu não tinha ideia por onde começar e o que fazer!
A única coisa que eu sabia, era que por não ter dinheiro, eu precisaria fazer algum tipo de parceria com marcas para que eu pudesse vender, mesmo não tendo o produto. Literalmente um dropshipping sem saber que isso existia.
O problema? Nenhuma marca queria fazer nada a respeito, primeiro porque o modelo de negócio das marcas evangélicas (até hoje é assim) é a venda no atacado e há 10 anos atrás, nem todas as marcas tinham sistemas com integrações disponíveis para que vender sem estoque fosse uma realidade.
Meus pais financiaram a primeiro compra de estoque dessa lojinha e decidi que iria vender através de um box comercial em Santo Amaro — Para quem não sabe, na Zona Sul de SP tem um bairro que se chama Santo Amaro e é muito conhecido por ser uma 25 de março menor, mas com muito comércio e galerias.
O resultado disso? 06 meses de uma aventura maluca, da qual não tive nem lucro, nem prejuízo. Apenas uma experiência e entender que eu não estava pronto para empreender.
Depois da frustração de tentar algo online e físico, resolvi trabalhar com carteira assinada, e claro, passei por algumas empresas, mas até 2017 eu comecei a fazer alguns sidejobs de webdesign ao mesmo tempo que trabalhava para essas empresas.
Até que em setembro de 2017 recebi a oportunidade de trabalhar em uma multinacional de marketing digital — justamente para fazer o que fazia no meu sidejob. Só tinha uma grande diferença, eu estava há quase um ano casado, desempregado e apenas fazendo bicos de webdesign, ou seja, peguei aquela oportunidade como se fosse a última, afinal, minha mente naquele momento era de trazer sustento para a família que eu estava constituindo.
Então imagine que eu passei 10 meses, casado, morando de favor e entendendo que a vida não seria mais uma aventura maluca, sem o mínimo de planejamento. Eu não estava mais sozinho e precisava trazer receita para dentro de casa. Até esse momento eu ainda acreditava que a internet era apenas um meio de entretenimento!
Agora imagine que, ao entrar nesse grupo de empresas eu me dediquei absurdamente, todos os dias, entrava às 08 horas para trabalhar e não tinha horário para sair, às vezes chegava em casa às 20h, outros dias 21h, 22h, tinha dia que chegava meia-noite.
Toda essa dedicação me fez em apenas 90 dias de empresa sair de um simples webdesigner, contratado para criar sites e landing pages ser promovido para coordenador de marketing digital de 23 startups daquele grupo.
Nem preciso dizer que a cultura da empresa era valorizar mais quem se dedicava, do que quem tinha um conhecimento ou preparo, afinal, eu não sabia absolutamente nada de marketing digital. Para minha sorte, essa empresa contratou o Édipo Tolentino para uma consultoria de funil de vendas e durante 40 dias, eu aprendi absolutamente tudo sobre o mercado de infoprodutos.
Em apenas 1 ano e 3 meses de empresa, eu aprendi tudo sobre marketing digital e uma frase mudou toda a percepção de tempo x esforço para Se você soubesse do potencial e da inteligência que você tem, saberia que seu tempo é muito mais valioso que os R$ 10 / hora que você ganha trabalhando nessa empresa…”
Sim! Eu ganhava apenas R$ 2.400 por mês, com status de coordenador de marketing digital de uma multinacional, mas a remuneração financeira não acompanhava as responsabilidades.
E aqui vale um grande disclaimer: — Eu não sei se era certo ou errado me dedicar da forma que eu me dediquei nessa empresa para ganhar o que eu ganhava, só sei que, apesar de todos os pesares, de toda a loucura, foi a maior escola que eu tive. Toda a base do meu conhecimento e crescimento não só profissional, mas pessoal e de mentalidade foram moldados nessa empresa.
Em março de 2019, decidi sair da empresa para empreender!
Meu primeiro e real empreendimento, gerador de receita e que me sustentou por 1 ano e meio foi ser co-produtor do meu irmão mais velho. Entre março de 2019 e metade de 2020 conseguimos gerar um faturamento próximo dos R$ 600 mil vendendo o curso dele de gestão de tráfego, durante esse período eu também criei uma comunidade de marketing digital para iniciantes e prestei muito serviço de construção de landing pages.
Uma dessas prestações era simplesmente pagar o white-label da duda.co e revender o construtor deles para profissionais do marketing digital — Tive + 80 clientes recorrentes.
Durante essa jornada e com todas essas experiências de mercado tradicional + digital, eu percebi que desde a época da multinacional, as ferramentas, tecnologia era algo comum para quem empreendia na internet.
Foi então que decidi parar tudo o que eu estava fazendo para estudar alguma forma de entrar para o mercado de tecnologia. A única coisa que eu sabia era que, software seria o futuro das empresas, principalmente para quem trabalha no mercado digital.
Tornei isso o meu propósito profissional.
Final de 2020 conheci o no-code e o low-code. Minha vida simplesmente mudou naquele exato momento, afinal, eu, um completo analfabeto em desenvolvimento poderia dar vida a ideias e a soluções que até então eram impossíveis para mim.
Entrei para a Comunidade Sem Codar (do meu professor, mentor e amigo Renato Asse) e tão logo, menos de 06 meses, fui convidado para vender projetos de software em uma agência de desenvolvimento que tinha acabado de surgir, a Kafé Apps.
Nessa época, eu já fazia conteúdos na internet falando de marketing digital e decidi aceitar a proposta, com uma condição: eu faria do meu jeito!
Eu já contei essa história em vários lugares, para resumir, a Kafé Apps foi a minha maior comprovação de que eu estava pronto para empreender. Em apenas 03 anos de empresa foram +90 projetos vendidos, múltiplos 7 dígitos de faturamento, saímos de 4 pessoas para +50 diretas e indiretas.
Começamos como uma empresa de desenvolvimento ágil, abrimos um braço educacional, formamos +300 software-houses até nos tornarmos uma referência dentro do mercado no/low-code. Sabe lá Deus para onde vamos, só sei que construímos algo extremamente grandioso, com muitos desafios até chegar onde estamos.
A verdade é que quem olha a Kafé Apps do lado de fora enxerga uma empresa formada por alguns jovens que se conheceram dentro de uma comunidade e conseguiram aproveitar o hype e as tendências do no-code e low-code para crescer.
Mas a verdade? Foi difícil meus amigos, chegar até aqui foi muito difícil!
É como as frases clichês dizem por Muitos vão ver suas conquistas, mas poucos verão o quão difícil foi chegar aqui…”
Ninguém nos ensina a empreender, ninguém nos ensina os desafios que vão aparecer, os grandes obstáculos que te moldam a tomar decisões, muitas certas, muitas erradas outras completamente desafiadoras simplesmente aparecem. E você precisa saber lidar com as consequências de cada escolha feita.
O que nos fez alcançar e chegar onde chegamos é que somos capazes de reconhecer o simples: Erramos e erramos muito! Fizemos escolhas das quais não temos nenhum orgulho, tomamos decisões precipitadas, fizemos planos que muitos não deram certo.
O lado bom disso? Criamos casca! Criamos o senso de entender que todos os erros que cometemos foram necessários para que possamos olhar para o hoje e aceitar que o processo evolutivo de empreender precisa passar pelo momento de aprendizado, mesmo que isso seja doloroso em um primeiro momento.
O mais legal é que o Rafa de 10 anos atrás jamais imaginaria que estivesse aqui escrevendo que mesmo com muitos erros cometidos pelo caminho, o fariam conquistar tudo o que ele sempre sonhou conquistar tanto pessoal quanto profissionalmente.
E penso que o foco desse conteúdo aqui é entender que a jornada sempre será maior que o propósito. Hoje entendo que o Infosaas, que se tornou o meu propósito profissional, só nasceu porque eu passei por tudo isso que relatei aqui..
O que molda o seu futuro é justamente o que você está vivendo agora no presente. Eu consegui conquistar carro, casa, ter uma saúde financeira, sair do aperto, mas nada se compara ao crescimento que o Rafa (como pessoa) teve durante essa jornada.
O “Me dê 10 anos…” do Ícaro de Carvalho nunca foi tão real. 10 anos depois estou aqui relatando coisas que o Rafa jamais sequer pensou em ter ou fazer.
Para concluir essa carta para o Rafa de 10 anos atrás, devo relatar e dizer para o Rafa de 10 anos do futuro que você será capaz de construir e fazer algo realmente incrível com o Infosaas.
Você jamais imaginou que chegaria até aqui, e que fosse capaz de encontrar no mercado um modelo de negócio que poucos sabem o que fazer e como fazer, e os poucos que viram, não tem a menor ideia do que você será capaz de fazer.
Hoje somos poucos, mas amanhã (ou daqui 10 anos) poderemos ser todos, porque até aqui você foi capaz de movimentar uma grande multidão sem ao menos ter planejado isso. Imagine que agora você está construindo o ecossistema que mudará o mercado de infoprodutos com planejamento e estratégia!
Meu último recado ao Rafa de 10 anos atrás? Obrigado pelos erros, pelos acertos, pelas loucuras, pelos pequenos saltos de fé. Obrigado por ter confiado seus caminhos em Deus e não ter desistido. Você foi o responsável por formar o Rafa de hoje e será lembrado sempre pelo Rafa do futuro.
E para finalizar essa carta, vou repetir a frase que resume tudo: “Me dê 10 anos…”